Desde os primórdios da humanidade a biomassa é utilizada como fonte de energia, porém nunca se deu tanta importância à mesma quanto está se dando na atualidade. A crise do petróleo ocorrida em 1973 atingiu a economia brasileira de tal forma que o governo foi obrigado a procurar alternativas energéticas para o país, tendo poucos estudos na área petrolífera nacional e a sua viabilidade ser considerada duvidosa, a tecnologia energética ligada à utilização da biomassa foi implantada no país, e através da Lei da Inovação (Lei 10.973/04), o Plano Nacional de Agroenergia (PNA 2006–2011), o Programa Nacional do Álcool (Proálcool, Decreto n° 76.593/75), e o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC 2007–2010),o Brasil conseguiu se destacar como o país que propõe o maior investimento em estudo de energias alternativas.
A maior controvérsia acerca da implantação dos biocombustíveis no Brasil está no seu projeto de lei, onde o mesmo busca a inclusão social principalmente na região nordeste e ao mesmo tempo a cadeia produtiva está concentrada nos estados da região Sudeste, Sul e Centro-oeste com os plantios sob forma de monocultura mecanizada, os quais além de degradar o meio ambiente propõem a diminuição drástica da mão-de-obra utilizada no processo de plantio e colheita das matérias primas centralizando a renda nas mãos de quem não necessita.
A cana-de–açúcar e a soja são os insumos mais utilizados na produção de biocombustíveis, apesar de já haver estudos de outras plantas com potencial energético superior, as citadas ainda são utilizadas devido ao conhecimento sobre os métodos de cultivo que passam maior segurança ao agricultor.
A cultura cana-de-açúcar, por exemplo, é considerada pela Plataforma BNDES como insustentável, pois agride o solo, no corte apresenta condições de trabalho precárias e renda inferior para os produtores, é concorrente na área alimentícia além de produzir uma quantidade absurda de co-produtos durante a transformação alcoólica. Já a soja é um grão que apresenta baixa produtividade (em kg óleo/ha), é frágil a mudanças de temperaturas, pragas, doenças, e assim como a cana, é utilizado na indústria alimentícia.
No que diz respeito à competição com os alimentos, o argumento das autoridades gira em torno das terras degradadas do país que, segundo eles, poderiam ser tratadas e ocupadas com as culturas energéticas sem interferir na indústria alimentícia.
No âmbito internacional como já foi citado anteriormente, o Brasil é reconhecido por seus “esforços” na parte bioenergética porém também é criticado pelo modo como trata algumas outras questões pertinentes, tais como a queima da palha da cana antes do corte o qual além de poluir o ar diminui a produtividade por desidratação, e expõe os cortadores à fuligem proveniente agravando as questões de direitos humanos.
Em suma, o projeto Bioenergético brasileiro é muito bonito, mas necessita ser aperfeiçoado e posto totalmente em prática, por exemplo, a questão das terras disponíveis não é coerente pois o governo nunca se impôs a recuperar as terras e desenvolver o plantio de culturas de interesse, do contrário está provocando o desmatamento da Amazônia enquanto milhares de pessoas estão passando fome no país, e o preço do álcool, da gasolina (+25% álcool), diesel(+5% biodiesel) estão disparando chegando, no caso do álcool a 17% de aumento no valor comercial.
Por: Dalila T. Rodrigues
Nenhum comentário:
Postar um comentário